Meu nome é Laércio Beckhauser e eu sou o Webmaster deste website.
A minha pesquisa genealógica está focada nas seguintes famílias: Beckhauser, Arns, Michels, Fagundes, Fogaça, Borba e Oliveira.
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Sobre a nossa família
A História da Família Beckhauser está descrita no livro:
A HISTÓRIA DA FAMILIA BECKHAUSER NO BRASIL
SAGA DE JOHANN KARL BECKHÄUSER
Homem de fé e de esperança num mundo melhor, para seus filhos
Em 1862, Johann Karl Beckhäuser, com 36 anos de idade, nascido em 1826, juntamente com sua esposa Maria Elizabeth Kropp, nascida em 1834, com 28 anos e grávida de 8 meses, emigram para o Brasil no navio Cesar, na esperança de dias melhores para as suas duas filhas; Philippine, com 4 anos de idade e Elizabeth, ¾ anos de idade. No entanto, já haviam perdido o primeiro filho de nome Johann, ainda,na Alemanha.
O casal seguiu para a Antuérpia na Belgica, alegando ir a negócio. Lá tomaram o Navio César, de bandeira belga, rumo ao Brasil.
Johann Karl Beckhäuser comprou terra ao lado de Miguel Kropp na Colônia de Santa Isabel, SC. É possível que Miguel Kropp tenha escrito para sua irmã, Maria Elizabeth Kropp, das vantagens daqui do Brasil. Outra hipótese é a de que vieram juntos para o Brasil devido à propaganda feita pelo governo brasileiro, de que aqui encontrariam terras férteis. A primeira hipótese é a mais plausível. Na lista dos imigrantes, em que consta Johann Karl Beckhäuser, não está inserido o nome de Miguel Kropp, nem o nome dos Schuchs.
(conforme documento expedido na Paróquia de Birkenfeld, sob o número 943, João Karl Kropp, casado com Anna Katharina Schwickert, em 05/02/1929, tiveram 4 filhos; Anna Maria Dorothea nasceu em 15/11/1829 e faleceu em 10/01/1846, Maria Elisabeth nasceu em 20/09/1834 casou em 31/05/1855 com Johann Karl Beckhäuser nasceu em 09/09/1826, Johann Michael nasceu em 24/02/1838 e migrou para o Brasil, Maria Philippina nasceu em 15/08/1841, Katharina nasceu em 05/05/1846 casada com Joseph Franz nascido em 05/05/1846).
As vantagens alegadas de partir, foram de tamanha força que superaram as vantagens de permanecer em solo alemão.
Karl Eduard Caesar Beckhäuser, nasceu no dia 08 de julho de 1862, a bordo do navio César, e foi registrado no Consulado Belga, Rio de Janeiro, no dia 11 de julho de 1862, conforme consta na certidão de nascimento.
Karl Eduard Caesar Beckhauser octagenário em Armazém, SC - 1949
No dia 19 de julho de 1862, os 128 imigrantes foram encaminhados pela Diretoria das Terras Públicas e Colonização, Secção do Rio de Janeiro, Ministério das Navegações, da Agricultura, Comércio e Obras públicas para o Presidente da Província de Santa Catarina, cidade de Desterro, conforme relação apresentada na Trabscrição Paleográfica das Correspondências do Ministério da Agricultura para Presidente da Província, do ano de 1861/1862. (Seria interessante nomear o navio que do Rio os levou até Florianópolis)
No comunicado ao Presidente da Província, se diz o seguinte: “ Nesta data seguem para essa Província cento e vinte e oito colonos, constante da relação inclusa, os quaes Vossa Excelência fará estabelecer nas Colônias do Governo, aque derem preferência, e concedendo-lhes os mesmos favores a que outros se tem feito em casos semelhantes. Deus Guarde a Vossa Excelência”, João Luiz Vieira, 19 de julho de 1862.
Aqui, na cidade do Desterro, encontraram uma população de 8.608 habitantes, segundo recenseamento daquela época, conforme documento da cidade do Desterro (hoje Florianópolis), de 1876.
Chegando, alojaram-se na Casa do Colono e posteriormente seguiram para a Colônia de Santa Isabel.
Essa Colônia foi fundada em 1847, por 164 colonos. Segundo correspondência da Colônia Santa Isabel, as terras eram prósperas, graças à fertilidade de seu solo e a índole laboriosa de seus colonos. Os colonos vivem senão ricos, ao menos na abastança. Tinham como produção, mandioca, milho, feijão, batata, algodão, café e cana.
Quanto aos indígenas, que havia nesta Província, viviam errantes pelas selvas. Eram de uma índole feroz e bárbara, não poupavam em sua malvadez, nem sexo, nem idade, atacavam por ciladas e por ciladas matavam e roubavam.
Segundo podemos verificar naquela época, não mais eram dados lotes de terras aos emigrantes. Tinham que comprar. Segundo o mapa da Colônia, a localização do lote de Johann Karl Beckhäuser ficava numa localidade, hoje denominada Taquaras.
Se de fato as terras eram prósperas, todos os colonos alí instalados, não teriam migrados para outras regiões, portanto, as terras eram fracas e acidentadas e de pouca utilidade para o uso da agricultura. Pois na Alemanha, as terras, de Birkenfeld, eram planas, aqui, acidentadas.
Lá, Johann Karl teve que abrir clareira para construir sua casa, onde passou a abrigar a sua esposa, suas duas filhas e o recém nascido a bordo do navio.
Nada fácil para o Johann Karl. Tudo dependia somente dele. Sua fé e a esperança levaram a não esmorecer e não retornar.
Já em 08 de julho de 1865 nasce Anna Maria e em 1867 nasce Guilhermina, que futuramente teve o filho chamado Guilherme, nascido em 13 de dezembro de 1893 (Conforme registro de nascimento FLS. 64 N.4, Llivro de 1888 à 1895 – Arquivo Histórico Eclesiástico de Santa Catarina). Portanto, 5 filhos menores da família Beckhäuser.
Após o nascimento de Guilhermina morre a mäe Maria Elisabeth.
Novamente a fé de Johann Karl levou-o a não esmorecer com a perda da mão amiga de Maria Elisabeth, sua grande incentivadora e companheira de todas as horas.
Maria Elizabeth Kropp aqui viveu somente 6 anos. Aos 34 anos de vida, após o nascimento de Guilhermina, vem a falecer a grande guerreira. Deixou semente. Até hoje, deixa saudades.
Tenho a certeza de que era uma mulher de muita coragem, espírito de luta e abnegação. Somente 6 anos foram suficientes para plantar o seu projeto de vida nova aos seus diletos filhos, netos, bisnetos, trinetos e tataranetos.
Entra em cena a grande figura de Johann Karl que com a perda da dileta esposa, se vê só com seus filhos todos menores. Sendo que a mais velha tinha somente 11 anos de idade. E a mais nova apenas poucos dias de vida.
Cena esta que veio a se repetiu com Gabriel Carlos Beckhauser, filho do Carlos Eduard Caesar, neto de Johann Karl. Com o falecimento de Corina Mendonça, Gabriel se viu frente a 6 filhos menores, sendo que a mais velha possuía 13 anos de idade. E com a coragem e a fibra de Beckhäuser, enfrentou esta tragédia da morte de sua amada Corina. E logo veio a se casar com Maria Vieira Beckhäuser, que com muito amor e carinho passou a cuidar dos filhos do primeiro casamento e a criar seus 8 filhos.
Gabriel Beckhauser
Dulcianne Beckhauser
Gabrielle, Adauto, Dulcinéia e Dulcianne
em Joinville no primeiro encontro da
FAMÍLIA BECKHAUSER na Fenachopp de 2001
Johann Karl morava a doze lotes depois das terras dos Schug’s. Peter Schug também havia migrado da Alemanha, juntamente com sua filha Margareth Schug. Com a morte de Maria Elisabeth, Johann Karl veio a se casar com Margareth Schug, com quem teve quatro filhos.
Nada fácil para a jovem Margareth Schug de 20 anos, que de imediato passou a cuidar das 5 crianças deixadas por Maria Elisabeth, além de seus 4 filhos que teve com Johann Karl Beckhäuser, sendo que o primeiro filho, de nome Bernard Peter, nasceu em 08 de abril de 1870. Logo, o casamento de Johann Karl e Margareth deve ter acontecido entre 1868 e 1869.
E 1885, falece Johann Karl, aos 59 anos de idade (certidão de óbito de Margareth Schug), deixando todas as tarefas para Margareth.
Após o falecimento de Johann Karl, Margareth veio a se casar com João Heikes, casamento que gerou a filha de nome Antônia Heikes, nascida no ano de 1886 (certidão de óbito de Margareth Schug).
A fé de Margareth levou a enfrentar as duras penas da época e a tarefa de dar seguimento ao caminho traçado por Johann Karl aos seus filhos.
Imagine os filhos da primeira esposa de Johann, agora também sem o pai e sem a mãe. Embora Margareth procurasse suprir a ausência de Maria Elizabeth Kropp.
Segundo temos conhecimento Johann Karl havia migrado de Taquaras para Alto-Capivari, exatamente, para o Rio Sete.
Com a morte de Johann Karl, Margareth veio a se casar novamente e neste casamento teve uma filha de nome Antònia. (Conforme a Certidão de Óbito) Antônia Heikes casou-se com Pedro Scheidt.
Margareth nasceu na Alemanha, em 1848 e veio a falecer no dia 02 de julho de 1913, aos 65 anos de idade. Está enterrada no cemitério protestante do Alto Rio Sete, Município de São Bonifácio, SC.
Houve um grande afastamento dos filhos da primeira esposa dos da segunda, bem como o afastamento de todos os filhos do primeiro e do segundo casamento de Johann Karl, por não concordarem com o casamento de Margareth com João Heikes. Em conseqüência do afastamento, passaram não mais a se conhecer. Em várias ocasiões, em festas em São Martinho, Carl Eduard Caesar Beckhäuser indagou a um senhor que teria vindo de Urubicí. E disse: sabes que tu és meu irmão? Fato este relatado por muitos da família.
E com o passar do tempo, os filhos da primeira mulher, Philippine (nasc. 09/05/1957, em Hambach c/c com João Batista May), Elizabeth (nasc. em 27/09/1859, c/c Christoph Schmoeller, em segundo casamento veio a se casar com Bernard Schmoeller, em terceiro casamento veio a se casar com Pedro Meurer, em 25/02/1908, na Matriz de São Ludgero-SC), Karl Eduardo Caesar (nasc. 08/07/1862, em navio de bandeira Belga, c/c Anna Aurora Arns), Anna Maria (nasc. 08/07/1865 c/c Bernardo Kühlkamp) foram para a Região de São Martinho e Armazém, São Ludgero, ao passo que os filhos da segunda esposa, Bernard Peter (nasc. 08/04/1870) c/c Bernardina Eyng permaneceu em São Martinho e o Johann Peter (nasc. 16/08/1871) c/c Joanna Schmoeller subiu a serra e foi residir em Urubici, SC. O outro, Johann (nasc. 08/03/1873) c/c Auguste Grunfeld seguiu para Rio Hispólito, Orleans. Um seguiu para Porto Alegre, passando a se chamar de Henry Beckhausen (nasc. 09/04/1875).
Hoje com os encontros, estamos unindo todos os Beckhäuser,s numa só família a BECKHÄUSER.
A FAMILIA BECKHÄUSER, está ainda muito dispersa. Com a fé e a esperança de Johann Karl, levaremos a bom termo a união de todos.
Johann Karl não teria suportado a perda de sua amada Maria Eliszabeth, se não tivesse tido o apoio de Miguel Kropp e da família Schug, que, num gesto de amor e carinho, abençoou o casamento de Margareth. A tarefa de Margareth não foi nada fácil e se tornou mais difícil com a morte de Johann Karl aos 59 anos de idade.
A família encontrou mais uma vez uma ajuda para Margareth para dar continuidade ao projeto de Johann Karl Beckhäuser.
Após busca no cartório de Águas Mornas, descobrimos que Margareth Schug faleceu no dia 02 de julho de 1913, foi enterrada no Cemitério Protestante em Auto Rio Sete, Município de São Bonifácio, SC.
Em sua Certidäo de Óbito consta que Margareth Schug, viúva de Johann Karl Beckhäuser, veio a se casar de novo com João Heikes, tendo uma filha deste segundo casamento. A filha Anna Maria tinha 27 anos quando do falecimento de sua mãe Margareth. Antònia Heikes casou com Pedro Scheidt. No documento consta que Margareth era viúva de Johann Karl Beckhäuser e pelos dados se chega à conclusão que ele havia falecido com 59 anos de idade.
Johann Karl Beckhäuser, ao chegar ao Brasil, em 08 de julho de 1862, tinha 36 anos de idade e quando Margareth faleceu em 05 de junho de 1913, já casada com João Heikes, deixou uma filha, de nome Antônia Heikes, nascida no ano de 1886, com 27 anos de idade, logo, se conclui que o falecimento de Johan Karl Beckhäuser teria se dado em 1885.
Há, no entanto, um fato a questionar se Johann Karl Beckhäuser tinha falecido ou não. Pois, o mesmo havia desaparecido por muitos anos juntamente com uns escravos e carregando muitas moedas de ouro, e foi dado como morto e Margareth Schug resolveu se casar, em 1885.
Estamos chegando a dados antes desconhecidos. Será que Johann Karl Beckhäuser separou-se de Margareth Schug ou ele veio a falecer antes do segundo casamento de Margareth Schug? Busca de informações continua. Mas acreditamos que os dados da certidão de óbito de Margareth sejam verdadeiros.
Por ironia do destino, com a morte de Margareth Schug, o ponto de apoio da família Beckhäuser passou a ser João Heikes, o segundo esposo de Margareth, motivando a dispersäo dos filhos Beckhäsuer, sendo que ele mesmo efetuou o registro do óbito de Margareth junto ao Cartório de Águas Mornas, SC.
Informa ainda o Documento que a residência do casal era em Rio Sete, município de São Bonifácio, SC, alegando em sua declaração ao registrar o óbito de Margareth que a mesma deixou bens a partilhar.
Na Colônia Santa Isabel-Taquaras
Não é fácil explicar por que algumas pessoas abandonaram o seu lar, a sua pátria, para emigrar. Uma razão comum e, talvez até simples demais, é a busca por uma vida melhor. (Ora ora Johann Karl luta em Taquaras e aqui se descreve esssa luta. Por isso levaria o seguinte parágrafo mais adiante, onde se fala de Johann Karl no Rio Sete)
Cada um de posse de terra que podia chamar seu pedaco, começou a tratar de fazê-lo produzir para não ter que sofrer mais tarde.
“ Enquanto as mulheres e as crianças ficavam no acampamento, os homens com os filhos e filhas mais crescidos iam para as suas propriedades a fim de torná-las habitáveis”.
Provido de machado, foice,e facão, cada qual com sua carga de mantimentos às costas, marchavam mato a dentro até os seus terrenos. Lá construíam, primeiramente, um pequeno rancho para o qual o mato fornecia tudo. Depois se ocupavam de preparar um pequeno pedaço de terra para a plantação.
Enquanto os filhos menores derrubavam os arbustos e pequenas árvores, os pais punham a baixo, a machadadas, os gigantes da floresta e as filhas cuidavam da cozinha.
Nesse trabalho decorriam semanas até que um bom pedaço de mato estivesse derrubado.
A espingarda nunca ficava longe da mão.
Tão logo o mato derrubado estivesse seco e o tempo fosse favorável, queimava-se a roça. Era uma beleza ver como o fogo levantava labaredas até a copa das mais altas árvores que haviam ficado de pé. Depois, escolhia-se um lugar próximo a uma fonte d’água, o qual era limpo e preparado para se construir ali uma casinha, para toda a família.
Buscavam-se moirões que eram enterrados e depois folhas apropriadas de uma espécie de palmeira, próprias para cobertura. Logo após faziam-se paredes com ripas amarradas com cipó,as quais eram, então, cobertas com barro amassado. Em pouco tempo a casinha estava pronta.
O transporte, depois, dos móveis para a Colônia não era tarefa fácil. Como o caminho do acampamento para a Colônia ainda não havia sido construído, não passando de uma picada muito primitiva, não se podia pensar em transportar os nossos trastes em carroças ou em lombo de burro. Tudo tinha que ser conduzido nas costas por várias horas.
Enquanto as mães levavam os filhinhos no colo, ou uma cesta com roupa de uso, as filhas carregavam as roupas maiores ou alguns baldes e panelas enfiados no braço , o pai e o filho mais velho seguiam atrás carregando um pesado caixão amarrado a um pau que levavam nos ombros. Como tudo tinha que ser transportado dessa maneira para a Colônia (lote),passava-se muito tempo até que o último objeto estivesse em casa.
E a família começava então, a semear e a plantar verduras,cereais, preparando-se para enfrentar o futuro.
Nos primeiros anos, certamente, as coisas não iam às mil maravilhas; passava-se muita necessidade, mas depois de algumas colheitas, tudo melhorava. Dia após dia a clareira na mata virgem ia se alargando e tomando forma; cada vez se plantava mais e a fartura ia se acentuando entre os moradores.” (Schamauflaer H.). .Da vida de um alemão no Brasil. Crônica de Mathias Schmitz. In Blumenau em Cadernos.Tomo VII.n.12 pp.248-249 E Em Epopéia de uma Imigração de Toni Vidal Jochem fls. 81 a 82 – Ed. do Autor , 1997.
Em nova terra – Rio Sete
Instalado em terras onde os acidentes geográficos deixavam a desejar e a fertilidade do solo era aquém do esperado, alguns colonos ficaram completamente desencorajados fazendo com que articulassem migrações internas.
Johann Karl não pensou duas vezes e saiu em busca de novas terras, porém, de melhor qualidade, onde poderia assentar definitivamente a sua família.
Em comum acordo com Maria Elizabeth Kropp passaram a planejar a saída da Colônia de Santa Isabel, em constantes idas e vindas do Alto – Capivari, exatamente no Alto-Rio Sete em São Bonifácio, SC, encontrou terras férteis e de melhores condições da anterior.
Mas, o destino lhe pregava mais uma peça, a perda de sua amada Maria Elisabeth, lhe dificultando sair da Região de Taguaras para o Alto-Capivari.
Se era difícil, agora, sem sua amada tudo virou um turbilhão de problemas, quase sem solução.
Contudo, a garra de alemão de Johann Karl, com a ajuda da família de Miguel Kropp seu vizinho de lote na colônia, lhe deram o apoio necessário para que desse um novo rumo em sua vida.
O que fazer com cinco crianças menores, uma recém-nascida, sem sua amada que o alentava nos momentos mais difíceis.
A solução estava a 12 lotes da colônia da Família de Peter Schug que tinha uma linda filha solteira 20 anos, embora nova ainda para receber tamanha carga de cuidar de 5 filhos de Johann Karl.
Johann Karl Beckhäuser, sentindo a solidão e a responsabilidade em criar estes cinco filhos menores em terras brasileiras, resolveu se casar novamente. Sua preferida, sua musa e eleita foi outra imigrante alemã, Margareth Schug.
Margareth concordou em se casar com Johann em 1868 e com ele ainda teve mais 4 filhos:
Bernard Peter (nasc. 08/04/1870) c/c Bernardina Eyng permaneceu em São Martinho e o Johann Peter (nasc. 16/08/1871) c/c Joanna Schmoeller subiu a serra e foi residir em Urubici, SC. O outro, Johann (nasc. 08/03/1873) c/c Auguste Grunfeld seguiu para Rio Hispólito, Orleans. Um seguiu para Porto Alegre, passando a se chamar de Henry Beckhausen (nasc. 09/04/1875).
Hipótese... Casou com ... (?). Seus descendentes, hoje possuem o sobrenome de Beckhausen e alguns foram "brigadianos", militares da Polícia Estadual do Rio Grande do Sul - Porto Alegre. Um seu descendente é procurador Geral da União em Porto Alegre.
Após o casamento, Johann Karl passou a efetuar a migração para Alto-Capivari.
Com todas as dificuldades começaram tudo de novo.
Depois de alguns anos de luta, reconheceu que as terras em Taquaras, pouco férteis, não lhe prometiam futuro.
Em 1868, munido de espingarda, munição, facão e garra de alemão, meteu-se mata-virgem a dentro, abriu picada, atravessou o morro e, depois de alguns dias, encontrou entre as nascentes do Rio Cubatão e do rio Capivary um lugar que lhe lembrava Bierkenfest, na Alemanha de onde partira rumo ao Brasil. Birkenfeld näo tem morros. É terra bastante plana.
Lá construiu uma pequena cabana coberta de palha. Era o Capivary do Meio, à margem direita.
Voltou, então, para buscar a foice e o machado e lá se foi novamente sozinho com fé em Deus e pé na tábua, para derrubar um pedaço daquela mata. Queimou a roça e voltou, a pé, pela segunda vez.
Aí, colocou num cargueiro de burro, sementes de milho, batatinha, feijão, mudas de aipim, sementes de laranja, de bergamota, de pêssego e mudas de grama para a pastagem dos animais.
Depois de tudo plantado, construiu uma cabana maior, fabricou uma mesa, bancos e camas de madeira bruta e os cobriu com palmito rachado. Tudo estava pronto para a recepção da família.
Duas cestas de taquara, jacás, eram suficientes para transportar os pertences da família de Johann Karl, por baixo, a louça e panelas, por cima, os cobertores, travesseiros e lençóis, em cima Carl Eduard Caesar, Ana Maria e Guilhermina, todos pequenos. E seguia, a pé com a nova mãe Margareth, e as duas outras filhas, Philippine e Elizabeth.
Colocados os jacás no lombo de um burro, lá se foram o pai, Johann Karl e a mãe Margareth com os filhos, a pé, mata a dentro, pela picada aberta pelo facão do pioneiro de garra.
Sem medo dos bugres e animais selvagens, dormiam duas noites em plena mata virgem, a céu aberto.
A mata-virgem era, então, rica em caça: pacas, tatus, veados, jacupembas, jacus, macucos; em pesca e, também, frutos do mato, O coração do palmito substituía as verduras. A carne fresca excedente era transformada em carne seca, o charque selvagem. Tudo isso era saboreado com o feijão, a batatinha e o aipim plantados pelo precavido pai Johann Karl.
Não estava ainda completa a mudança. Desta vez carregou o burro com dois porquinhos, galinhas, mudas de café e de uvas e conduziu uma vaquinha.
Nada mais faltava agora à família unida no Alto-Capaivary, rodeada de bugres, animais selvagens, mas de outro lado, da bela natureza de Deus. Tudo isso debaixo do céu azul, à noite, iluminado pelas estrelas cintilantes do Cruzeiro do Sul.
Esta foi a saga de Johann Karl Beckhäuser
Elaboração Adauto Beckhäuser
Revisão Frei Albeto Beckhäuser, OFM
A família Beckhäuser é originária da região do Hunsrück, na diocese de Trier ou Treves, junto ao Reno, na Alemanha. E mais exatamente, dos arredores de Birkenfeld an der Nahe, junto ao Nahe, afluente do Reno. É região de bons vinhos e de lapidação de pedras preciosas. Era, no entanto, uma região muito pobre; região sempre de novo disputada por alemães e franceses. Em séculos passados pertenceu ao condado de Oldenburg.
Nos anos do Concílio Vaticano II (1962-1965), quando tive a graça de estudar liturgia no Pontifício Instituto Litúrgico de Santo Anselmo, em Roma, costumava passar as férias na Alemanha, na cidade de Coesfeld, na Westfália, perto da Münster, não distante da fronteira com a Holanda. Exercia aí a função de capelão do Hospital St. Vinzenz, que me fora indicado pelo professor beneditino no Santo Anselmo, Dom Raphael Schulte, monde da Abadia de Gerleve, no município de Coesfeld. Foi daí que, de bicicleta pelas planícies do Münsterland, descobri Oeding, a cidade de origem da família Hoepers.
Interessei-me também pela família Beckhäuser. Foi uma longa busca a partir das listas telefônicas. A partir de um primeiro Beckhäuser em Münster, foi-me informado que os Beckhäuser eram naturais de Saarbrücken, no Saargebiet. Mandei-me para lá e realmente encontrei um casa em Saarbrücken.
Acolheu-me maravilhosamente. Soube deles que a família era natural de Birkenfeld. Estava disposto a chegar até as origens. Em Birkenfeld dirigi-me à Casa Paroquial, onde também me acolheram muito bem.
Pesquisei aí nos libros de Batizados e Casamentos e de Família, da Paróquia. Foi onde encontrei informações preciosas.
À p. 100 do I Volume dos Livros de Família encontrei:
Heinrich Peter Beckhäuser. Aliás, escrito em francês: Henri Pière, casado aos 20 de janeiro de 1813 em Schwollen, falecido aos 29.7.1866, em Hambach com 82 anos, pedreiro; ele era filho de F. N. B. (Franz Nicolaus) Beckhäuser, Feldhüter (guarda florestal) e de Elisabeth Werres, de Hambach. Sua esposa era Dorothea Elisabeth Marx, evangélica, filha de Joh. Ni. Marx e de C. Brauer, de Schwollen.
Tiveram os seguintes filhos:
- Johann Carl, nasc. aos 12.5.1813; - Peter, nasc. aos 23.12.1822; - Franz Nicolaus, nasc. aos 25.12.1822; - Johann Karl, nasc. aos 9.9.1826; - Johann Jakob, nasc. aos 7.5.1830; - Maria Carolina, nasc. aos 7.8.1833; - Philippina, nasc. aos 11.6.1835.
Tudo levava a crer que o segundo Johann Karl, pois o primeiro deve ter falecido pequeno, era o que emigrou para o Brasil.
Realmente, à p. 45 do II Vol., encontrei o seguinte:
Johann Karl, nascido aos 9 de setembro de 1826, casado aos 31.5.1855 em Birkenfeld com Maria Elisabeth Kropp, nascida aos 22.9.1834, filha de Joh. Karl Kropp e de Catherina Schwickert de Gollenberg.
Filhos:
- Karl, nasc. aos 16.4.1856, fal. no mesmo dia; Philippina, nasc. aos 9.5.1857 em Hambach; Elisabeth, nasc. aos 27.9.1859, em Hambach.
E aí termina o registro.
Temos, então, os seguintes ascendentes:
- Franz Nikolaus, Feldhüter (guarda florestal), em Hambach;
- Heinrich Peter, nascido em 1784 e falecido em 1866, Maurer (pedreiro), de Hambach;
- Johann Karl, nascido aos 9 de setembro de 1826, em Hambach. De profissão era Achatschleifer. Casou aos 31 de maio de 1855, em Birkenfeld, com Maria Elisabeth Kropp, de Gollenberg.
Felizmente toda esta pesquisa foi confirmada por um surpreendente documento, ou seja, pelo Registro de nascimento de Karl Eduard Caesar, que nasceu no navio em que Johann Karl e Maria Elisabeth Kropp (no Registro está Krepp) vieram para o Brasil.
FATOS E HIPÓTESES DOS SCHUCH E KROPP, CONFORME PLANTA DA COLÔNIA SANTA ISABEL, EM 1863 (ver anexos)
A todos os descendentes de Margareth Schuch e de Johann Karl Beckhauser.
Peter Schuch veio da Alemanha com sua família para a região da Colônia Santa Isabel. Peter Schuch era casado com Elizabeth Hein e tiveram os seguintes filhos: Pedro Schuch, João Schuch, Margaretha Schuch, Maria Schuch.
A familia de Margareth Schuch era vizinha de Johann Karl Beckhauser em Taguaras - Colônia de Santa Izabel em 1863.
João Schuch (pai), João Schuch (filho) e Guilherme Schuch, conforme Planta da Colonia de Santa Isabel de 1863, eram vizinhos.
As terras de Johann Karl Beckhauser ficavam 12 lotes após as terras dos Schuch.
Ocorre que João Schuch pai é irmão de Margareth e este está enterrado no lugar Rio Hipólito -Município de Orleans -SC.
Segundo certidão de Johann Schuch Filho consta que era de nacionalidade alemã.
Conforme pesquisa, Margareth Schuch não nasceu no Brasil, vindo com a família de Peter Schuch e Elisabeth Hern, conforme consta na nossa relação mais abaixo, que imigraram da Alemanha.
Logo ficou claro no mapa da colônia Santa Isabel, que Johann Karl Beckhauser conhecia Margareth porque eram vizinhos. E com a morte de Anne Elizabeth Kropp o Sr. Johann Karl Beckhauser casou-se com Margareth Schuch.
Obs.: Guilherme Schuch veio de Antuérpia, na Bélgica, para a colônia Santa Isabel, Águas Mornas, Santa Catarina - Brasil, em julho de 1862, no navio Margaretha, conforme a obra: (JOCHEM, Toni. Pouso dos Imigrantes. Ed. Papa-Livro, 1992, pg 94).
Aparecida é bisneta de João Schuch irmão de Margareth Schuch é que deu a noticia do falecimento da Clara Beckhauser Schuch. Aparecida reside em Urussunga me contou que o seu bisavô João Schuch está enterrado no Ceminterio antigo em Rio hipolito e Margareth Schuch poderá estar lá neste ceminterio. Ocorre que o terreno foi vendido para um alemão e ele só deixa visitar se levar os ossos do parente.
A todos os descendentes de Anne Elizabeth Kropp e de Johann Karl Beckhauser.
Existe outro detalhe nesta planta que é importante , agora aos que descendem de Anne Elisabeth Kropp e Johann Karl Beckhauser que não vieram sozinhos pois veio antes o Sr. Miguel Kropp. Não tenho conhecimento se Anne Elisabeht Kropp era filha de Miguel ou irmã.
A pesquisa continua...
Uma coisa tenho certeza, que em 19 de julho de 1862 na relação dos imigrantes, os Schuch não vieram, nem o Miguel Kropp. Por isso, Miguel Kropp incentivou Anne Elisabeth Kropp e Johann Karl Beckhauser para vir ao Brasil. Ésta é a resposta para indagação como Johann Karl e Anne Elisabeth Kropp vieram para o Brasil por causa de Miguel Kropp que veio antes para o Brasil. Não sei o grau de parentesco de Miguel com Anne Elisabeth.
Em fevereiro de 2002, quando estive na cidade de São Martinho, SC, entrei em contacto com alguns familiares e foi de grande utilidade ter conhecido a Maria Beckhauser Steiner (7/04/1921), filha de João Carlos Beckhauser (19/10/1897 - 20/01/1941) e Maria Sellhorf Beckhauser(1888 - 1947), bisneta de Karl Eduard Caesar Beckhauser (Carlos) (1862 - 1949), trineta de Johann Karl Beckhauser (1826 - ?) e Marie Elizabeth Kropp Beckhauser (1832 - ?).
Maria Beckhauser Steiner, casada com Rodolfo Steiner (falecido), teve quatro filhos.
a) Edite (1942) casada com Vilmar Back tendo os filhos Valdete e Eliane;
b) Alice (1944) casada com Egídio Michels tendo os filhos Márcio, Anderson e Jane;
d) Inês (Ignes) (1947) casada com Cedeni Efting tendo os filhos Genésio e Genildo (26 anos) e
e) Sérgio (1954) casado com Nair Rocha tendo os filhos Rafael, Tatiana e Eduardo.
Por ser octagenária, a Maria Beckhauser Steiner, já tem certa dificuldade nas "lembranças" familiares, mas mesmo assim recorda de alguns fatos, pois ao lado de sua filha Inês relatou "casos" interessantes de seu "Vater" Carlos, pois teve uma grande convivência com este nosso ancestral.
Informou que o "Vater" (Avô) Carlos morou muito tempo na propriedade que ela reside, em São Martinho, (Praia Redonda) e este terreno ficou de herança para seu pai, João Carlos Beckhauser", que morreu 8 (oito) anos antes que seu avô.
Quando lhe perguntei do que tinha morrido o "Vater"Karl (Carlos) ela disse sorrindo:
"Ele chamou os bisnetos, inclusive ela, e se esqueceu de tomar fôlego e ... morreu".
Informou ainda que no final de seus dias, o "Vater" Carlos, tinha deficiência auditiva e rezava muito, pois era católico apostólico romano, praticante, desde pequeno. Possuia uma "Bíblia" escrita em alemão, em letra gótica que desapareceu após a sua morte.
A Maria Beckhauser Steiner afirmou com muito orgulho que também que seu pai tinha um cartório em Praia Grande, atual São Martinho, e quando ela tinha 13 anos ela foi até a cidade de Laguna (Tubarão) e foi autorizada por uma "grande" autoridade ( juiz?) para ser a responsável pelo registro de nascimento e óbitos e demais documentos oficiais.
Auxiliada por sua filha Inês e genro Cedeni Efting, com a presteza ímpar de seu neto Genildo Efting, foi me entregue muitos fotos e documentos antigos da família Beckhauser.
Há um mapa da divisão das terras feita no inventário de João Carlos Beckhauser
para seus filhos que eram:
Maria (casada com Rodolfo Steiner ), Cecília (casada com Lino May), Catarina, José ( Ex-Pe. Agostinho), Inês, Pedro (foi para a Bahia), Lúcia, Aloísio, Elizabete
(casada com Vergilio Warmling - Urubici - SC tendo os filhos Osvaldo Silvestre, João Carlos, José Rogério e Bernadete) e Antonio (Presidente Getúlio - SC).
Breve Genealogia de Peter Schuch (Contamos com sua colaboração para atualizarmos as informações)
1 – Peter Schuch c/c Elisabeth Hehn 1.1 - Pedro Schuch c/c Carolina ............ 1.1.1 - Peter Schuch 1.1.2 - Jacob Schuch 1.1.3 - Augusto Schuch 1.1.4 - Carl Schuch 1.1.5 - Auguste Schuch 1.1.6 - Johann Schuch c/c Maria França 1.1.6.1 – Luiza Schuch 1.1.6.2 - Carolina Schuch 1.1.6.3 - João Schuch c/c Francisca 1.1.6.3.1 – Leopoldo Schuch 1.1.6.3.2 – Luis Schuch 1.1.6.3.3 – Antônio Schuch 1.1.6.3.4 – Lurdes Schuch 1.1.6.3.5 – Maria Schuch 1.1.6.3.6 – Francisco Schuch c/c Maria M. Schuch 1.1.6.3.6.1 – Eliane Schuch 1.1.6.3.6.1.1 – Francine Schuch 1.1.6.3.6.2 – Maria Aparecida (nossa informante) c/c Emerson Cittadin 1.1.6.3.6.3 – Suzana Schuch 1.1.6.3.6.4 – Juliana Schuch 1.1.6.3.6.5 – Jussara Schuch 1.1.6.4 – Catarina Schuch 1.1.6.5 – Margarida Schuch 1.1.6.6 – Elísia Schuch 1.1.6.7 – Fortéria Schuch 1.1.6.8 – Augusto Schuch c/c Clara Joana Beckhäuser (filha de Johann e Augusta) 1.1.6.8.1 – Clara c/c Neinrich 1.1.6.8.2 – Augusto 1.1.6.8.3 – João 1.1.6.8.4 – Lídia 1.1.7 – Carolina 1.1.8 – Catharina 1.1.9 – Anna 1.1.10 – Elizabeth 1.2 – João Schuch 1.3 – Margaretha Schuch c/c Johann Karl Beckhäuser 1.4 – Maria Schuch
(1) 1 – Heinrich Peter Beckhäuser e Dorothea Marx Peter Schuch c/c Elisabeth Hehn (avós maternos de Bernard) 1.1 – Johann Karl Beckhäuser c/c Margaretha Schuch 1.1.1 – Bernard Peter Beckhäuser (16/04/1870) c/c Bernardina Eing 1.1.2 – Johann Peter Beckhäuser (16/08/1871) (Águas Mornas – SC) 1.1.3 – Peter Beckhäuser (......./....../1872) c/c Johanna Schmoeller (Edwirges Hoepers – 2º Casamento) 1.1.4 – Johann Beckhäuser (18/03/1873) c/c Auguste Grunfeld (Russa) 1.1.5 – Heinrich Beckausen (09/04/1875) (Porto Alegre - RS)
(2) Margaretha Schuch e Jacob Beppler foram padrinhos de Maria Schuch Schmidt (27/07/1864)
Fato este que podemos concluir que Margareth Schuch, além de vizinha de Johann Karl Beckhäuser, veio juntamente com seus pais e irmãos, que imigraram da Alemanha. Com o falecimento de Anne Marie Elisabeth Kropp, em 1867 aprox., tendo a filha mais velha 12 anos e a menor, 2 anos. Johann veio a se casar com Margareth Schuch em 1869.
NOTAS DE FIM
(1) JOCHEM, Toni Vidal. A Formação da Colônia Alemã Teresópolis e a Atuação da Igreja Católica (1860 – 1910). Edição do Autor, 2002, pg.163, item 716. Folha 168, item 826. Folha 176, item 991. Folha 183, item 1135.
(2) JOCHEM, Toni Vidal. A Epopéia de uma Imigração. Pallotti, Águas Mornas, Ed. do Autor, 1997, pg. 442.
Segundo relatos de familiares, Johann Karl Beckhäuser tinha uma fazenda com muitos escravos. Um belo dia, ele sumiu com dois escravos, sendo esses dois escravos muito amigos e fiéis á Johann. Juntamente com esses dois escravos e com uma mula carregada com mantimentos, além de muitas moedas de ouro. Johann Karl ficou sumido por um período de 10 anos. A Família calculava que estava morto pois levava um grande carregamento de moedas de ouro. Pensavam também que os dois escravos negros que o acompanhavam tivessem assassinado o velho Johann Karl. Um belo dia ele retornou como se nada tivesse acontecido. Segundo informações, ele teria ido aos Estados Unidos e á Alemanha, visitar os parentes que lá ficaram. Após a sua vinda, por volta de 1891, Margaretha Schuch o recebeu muito bem.
Pela Certidão de casamento de João Beckhäuser, meu avô, chegamos à conclusão de que Johan Karl terá enviuvado, pois sua mãe não é Maria Elisabeth Kropp ou Krepp, mas Margarida Greth Schug.
Johann Karl e Maria Elisabeth Kropp tiveram os seguintes filhos:
- Karl, nasc. aos 16 de abril de 1856, em Hambach e falecido no mesmo dia;
- Philippina, nasc. aos 9 de maio de 1857, em Hambach;
- Elisabeth, nasc. aos 27 de setembro de 1859, em Hambach;
- Karl Eduar Cesar, nasc. em 1862, no navio.
- Bernard
- Peter
- ...
Johann, nasc. aos 19 de março de 1873, em Terezópolis, SC, do casamento de Johann Karl e Margarida Greth Schug.
Sabemos que, mais tarde a família Beckhäuser se deslocou para o Vale do Tubarão e do Capivari. Encontramo-los sobretudo em Praia Redonda, hoje, São Martinho, Rio Fortuna e Armazém.
Frei Alberto Beckhäuser, OFM
Mulheres da Família Beckhauser em Outubro de 2001 - em Joinville - SC.
Primeiro BECKHAUSERFAMILIENFEST organizado por Laércio Beckhauser durante a FENACHOPP NA CIDADE de Joinville - SC - Brasil. Em 2002 mais um encontro foi realizado na cidade de Joinville.
Após em 2003 e 2004 os encontros foram em São Martinho. Em 2005 foi realizado na cidade de Urubici. Em 2006 em Florianópolis. Em 2007 em Braço do Norte e em 2008 em Blumenau - SC.
Atualmente o presidente da AFABE - Associação Brasileira da Família Beckhauser no Brasil que é o responsável pelos encontros, determinando os locais e as datas juntamente com a diretoria. O próximo, em 2010 está previsto para a cidade de Armazém - SC, com o local e data a serem definidos pelo Dr. Adauto Beckhauser (Florianópolis - SC), presidente da AFABE.
Fotos antigas e atuais
Philippine Beckhauser & João B. May - foto de 1900Analisem esta foto:
Casal: May x Beckhauser
João Baptista com Philippine
Nota-se, a preocupação que este casal teve em tirar esta foto, clássica e com conceitos e simetrias emotivas e humanizadas.
Há expressões e gestualismos com texturas e figurações primitivas.
As mãos (dedos) de ambos expressam composições emotivas e rítmicas.
A cadeira, que o esposo, João May senta, revela figurações e texturas tradicionais.
A roupa esmerada de Philippine Beckhauser, com mais de uma dezena de salientes botões em seu casaco, transparesse tendência pouco agressiva, revelando a simetria da cor escura ou quem sabe, cromática.
Os olhares do casal, criam nesta imagem premonições com tendências de uma esperança e segurança em suas vidas.
Nos babados da indumentária de Philippine nota-se a preocupação feminina das rendas com texturas sensuais.
Há na foto, uma simetria na paisagem de fundo, numa composição de luzes rítmicas e não agressivas.
A barba e bigode de João Evangelista May, bem aparados, assomam e expressam a imagem de um pai de família, protetor, responsável e incisivo.
A mão esquerda de Philippine, segurando com firmeza uma sombrinha, cria um clima de segurança e prevenção com gestualismo sutil da sua vida.
Os sapatos de João demonstram a solidez da época, induzindo-nos a reavaliar as transparências do calçado em constante uso do solo primitivo, nesta fase, entre os imigrantes alemães, no Brasil.
Os cabelos pretos do marido já deviam constrastar com os cabelos loiros, já com tendências de encanecimento de sua amada Philippine.
Foto clássica, tradicional, onde há sempre uma mulher que segue um homem (esposo), fazendo uma composição emotiva a todos que analisam este momento deste casal, em 1900.
Salve os Beckhauser,s e os May,s e todos componentes destas Famílias e de todos seus consangüíneos.
by = Laércio Beckhauser - Jvlle, 01/set/2006
Observação:
Philippine Beckhauser é irmã bilateral de Karl Eduard Caesar Beckhauser. Karl, nasceu no navio, na vida imigratória, em 1862, dos imigrantes alemães de Hunsrück.
Ela, PHILIPPINE, nasceu em 1858 na Alemanha e ele, Karl, nasceu no navio "Caesar" de Bandeira Belga em 1862.
Tiveram a infância juntos, na comunidade de Santa Isabel, Taquaras, Teresópolis, no município de São Pedro de Alcântara.
Ambos, dei
Partes faltando
SAGA DE JOHANN KARL BECKHÄUSER
Homem de fé e de esperança num mundo melhor, para seus filhos
Em 1862, Johann Karl Beckhäuser, com 36 anos de idade, nascido em 1826, juntamente com sua esposa Maria Elizabeth Kropp, nascida em 1834, com 28 anos e grávida de 8 meses, emigram para o Brasil no navio Cesar, na esperança de dias melhores para as suas duas filhas; Philippine, com 4 anos de idade e Elizabeth, ¾ anos de idade. No entanto, já haviam perdido o primeiro filho de nome Johann, ainda,na Alemanha.
O casal seguiu para a Antuérpia na Belgica, alegando ir a negócio. Lá tomaram o Navio César, de bandeira belga, rumo ao Brasil.
Johann Karl Beckhäuser comprou terra ao lado de Miguel Kropp na Colônia de Santa Isabel, SC. É possível que Miguel Kropp tenha escrito para sua irmã, Maria Elizabeth Kropp, das vantagens daqui do Brasil. Outra hipótese é a de que vieram juntos para o Brasil devido à propaganda feita pelo governo brasileiro, de que aqui encontrariam terras férteis. A primeira hipótese é a mais plausível. Na lista dos imigrantes, em que consta Johann Karl Beckhäuser, não está inserido o nome de Miguel Kropp, nem o nome dos Schuchs.
(conforme documento expedido na Paróquia de Birkenfeld, sob o número 943, João Karl Kropp, casado com Anna Katharina Schwickert, em 05/02/1929, tiveram 4 filhos; Anna Maria Dorothea nasceu em 15/11/1829 e faleceu em 10/01/1846, Maria Elisabeth nasceu em 20/09/1834 casou em 31/05/1855 com Johann Karl Beckhäuser nasceu em 09/09/1826, Johann Michael nasceu em 24/02/1838 e migrou para o Brasil, Maria Philippina nasceu em 15/08/1841, Katharina nasceu em 05/05/1846 casada com Joseph Franz nascido em 05/05/1846).
As vantagens alegadas de partir, foram de tamanha força que superaram as vantagens de permanecer em solo alemão.
Karl Eduard Caesar Beckhäuser, nasceu no dia 08 de julho de 1862, a bordo do navio César, e foi registrado no Consulado Belga, Rio de Janeiro, no dia 11 de julho de 1862, conforme consta na certidão de nascimento.
Karl Eduard Caesar Beckhauser octagenário em Armazém, SC - 1949
No dia 19 de julho de 1862, os 128 imigrantes foram encaminhados pela Diretoria das Terras Públicas e Colonização, Secção do Rio de Janeiro, Ministério das Navegações, da Agricultura, Comércio e Obras públicas para o Presidente da Província de Santa Catarina, cidade de Desterro, conforme relação apresentada na Trabscrição Paleográfica das Correspondências do Ministério da Agricultura para Presidente da Província, do ano de 1861/1862. (Seria interessante nomear o navio que do Rio os levou até Florianópolis)
No comunicado ao Presidente da Província, se diz o seguinte: “ Nesta data seguem para essa Província cento e vinte e oito colonos, constante da relação inclusa, os quaes Vossa Excelência fará estabelecer nas Colônias do Governo, aque derem preferência, e concedendo-lhes os mesmos favores a que outros se tem feito em casos semelhantes. Deus Guarde a Vossa Excelência”, João Luiz Vieira, 19 de julho de 1862.
Aqui, na cidade do Desterro, encontraram uma população de 8.608 habitantes, segundo recenseamento daquela época, conforme documento da cidade do Desterro (hoje Florianópolis), de 1876.
Chegando, alojaram-se na Casa do Colono e posteriormente seguiram para a Colônia de Santa Isabel.
Essa Colônia foi fundada em 1847, por 164 colonos. Segundo correspondência da Colônia Santa Isabel, as terras eram prósperas, graças à fertilidade de seu solo e a índole laboriosa de seus colonos. Os colonos vivem senão ricos, ao menos na abastança. Tinham como produção, mandioca, milho, feijão, batata, algodão, café e cana.
Quanto aos indígenas, que havia nesta Província, viviam errantes pelas selvas. Eram de uma índole feroz e bárbara, não poupavam em sua malvadez, nem sexo, nem idade, atacavam por ciladas e por ciladas matavam e roubavam.
Segundo podemos verificar naquela época, não mais eram dados lotes de terras aos emigrantes. Tinham que comprar. Segundo o mapa da Colônia, a localização do lote de Johann Karl Beckhäuser ficava numa localidade, hoje denominada Taquaras.
Se de fato as terras eram prósperas, todos os colonos alí instalados, não teriam migrados para outras regiões, portanto, as terras eram fracas e acidentadas e de pouca utilidade para o uso da agricultura. Pois na Alemanha, as terras, de Birkenfeld, eram planas, aqui, acidentadas.
Lá, Johann Karl teve que abrir clareira para construir sua casa, onde passou a abrigar a sua esposa, suas duas filhas e o recém nascido a bordo do navio.
Nada fácil para o Johann Karl. Tudo dependia somente dele. Sua fé e a esperança levaram a não esmorecer e não retornar.
Já em 08 de julho de 1865 nasce Anna Maria e em 1867 nasce Guilhermina, que futuramente teve o filho chamado Guilherme, nascido em 13 de dezembro de 1893 (Conforme registro de nascimento FLS. 64 N.4, Llivro de 1888 à 1895 – Arquivo Histórico Eclesiástico de Santa Catarina). Portanto, 5 filhos menores da família Beckhäuser.
Após o nascimento de Guilhermina morre a mäe Maria Elisabeth.
Novamente a fé de Johann Karl levou-o a não esmorecer com a perda da mão amiga de Maria Elisabeth, sua grande incentivadora e companheira de todas as horas.
Maria Elizabeth Kropp aqui viveu somente 6 anos. Aos 34 anos de vida, após o nascimento de Guilhermina, vem a falecer a grande guerreira. Deixou semente. Até hoje, deixa saudades.
Tenho a certeza de que era uma mulher de muita coragem, espírito de luta e abnegação. Somente 6 anos foram suficientes para plantar o seu projeto de vida nova aos seus diletos filhos, netos, bisnetos, trinetos e tataranetos.
Entra em cena a grande figura de Johann Karl que com a perda da dileta esposa, se vê só com seus filhos todos menores. Sendo que a mais velha tinha somente 11 anos de idade. E a mais nova apenas poucos dias de vida.
Cena esta que veio a se repetiu com Gabriel Carlos Beckhauser, filho do Carlos Eduard Caesar, neto de Johann Karl. Com o falecimento de Corina Mendonça, Gabriel se viu frente a 6 filhos menores, sendo que a mais velha possuía 13 anos de idade. E com a coragem e a fibra de Beckhäuser, enfrentou esta tragédia da morte de sua amada Corina. E logo veio a se casar com Maria Vieira Beckhäuser, que com muito amor e carinho passou a cuidar dos filhos do primeiro casamento e a criar seus 8 filhos.
Gabriel Beckhauser
Dulcianne Beckhauser
Gabrielle, Adauto, Dulcinéia e Dulcianne
em Joinville no primeiro encontro da
FAMÍLIA BECKHAUSER na Fenachopp de 2001
Johann Karl morava a doze lotes depois das terras dos Schug’s. Peter Schug também havia migrado da Alemanha, juntamente com sua filha Margareth Schug. Com a morte de Maria Elisabeth, Johann Karl veio a se casar com Margareth Schug, com quem teve quatro filhos.
Nada fácil para a jovem Margareth Schug de 20 anos, que de imediato passou a cuidar das 5 crianças deixadas por Maria Elisabeth, além de seus 4 filhos que teve com Johann Karl Beckhäuser, sendo que o primeiro filho, de nome Bernard Peter, nasceu em 08 de abril de 1870. Logo, o casamento de Johann Karl e Margareth deve ter acontecido entre 1868 e 1869.
E 1885, falece Johann Karl, aos 59 anos de idade (certidão de óbito de Margareth Schug), deixando todas as tarefas para Margareth.
Após o falecimento de Johann Karl, Margareth veio a se casar com João Heikes, casamento que gerou a filha de nome Antônia Heikes, nascida no ano de 1886 (certidão de óbito de Margareth Schug).
A fé de Margareth levou a enfrentar as duras penas da época e a tarefa de dar seguimento ao caminho traçado por Johann Karl aos seus filhos.
Imagine os filhos da primeira esposa de Johann, agora também sem o pai e sem a mãe. Embora Margareth procurasse suprir a ausência de Maria Elizabeth Kropp.
Segundo temos conhecimento Johann Karl havia migrado de Taquaras para Alto-Capivari, exatamente, para o Rio Sete.
Com a morte de Johann Karl, Margareth veio a se casar novamente e neste casamento teve uma filha de nome Antònia. (Conforme a Certidão de Óbito) Antônia Heikes casou-se com Pedro Scheidt.
Margareth nasceu na Alemanha, em 1848 e veio a falecer no dia 02 de julho de 1913, aos 65 anos de idade. Está enterrada no cemitério protestante do Alto Rio Sete, Município de São Bonifácio, SC.
Houve um grande afastamento dos filhos da primeira esposa dos da segunda, bem como o afastamento de todos os filhos do primeiro e do segundo casamento de Johann Karl, por não concordarem com o casamento de Margareth com João Heikes. Em conseqüência do afastamento, passaram não mais a se conhecer. Em várias ocasiões, em festas em São Martinho, Carl Eduard Caesar Beckhäuser indagou a um senhor que teria vindo de Urubicí. E disse: sabes que tu és meu irmão? Fato este relatado por muitos da família.
E com o passar do tempo, os filhos da primeira mulher, Philippine (nasc. 09/05/1957, em Hambach c/c com João Batista May), Elizabeth (nasc. em 27/09/1859, c/c Christoph Schmoeller, em segundo casamento veio a se casar com Bernard Schmoeller, em terceiro casamento veio a se casar com Pedro Meurer, em 25/02/1908, na Matriz de São Ludgero-SC), Karl Eduardo Caesar (nasc. 08/07/1862, em navio de bandeira Belga, c/c Anna Aurora Arns), Anna Maria (nasc. 08/07/1865 c/c Bernardo Kühlkamp) foram para a Região de São Martinho e Armazém, São Ludgero, ao passo que os filhos da segunda esposa, Bernard Peter (nasc. 08/04/1870) c/c Bernardina Eyng permaneceu em São Martinho e o Johann Peter (nasc. 16/08/1871) c/c Joanna Schmoeller subiu a serra e foi residir em Urubici, SC. O outro, Johann (nasc. 08/03/1873) c/c Auguste Grunfeld seguiu para Rio Hispólito, Orleans. Um seguiu para Porto Alegre, passando a se chamar de Henry Beckhausen (nasc. 09/04/1875).
Hoje com os encontros, estamos unindo todos os Beckhäuser,s numa só família a BECKHÄUSER.
A FAMILIA BECKHÄUSER, está ainda muito dispersa. Com a fé e a esperança de Johann Karl, levaremos a bom termo a união de todos.
Johann Karl não teria suportado a perda de sua amada Maria Eliszabeth, se não tivesse tido o apoio de Miguel Kropp e da família Schug, que, num gesto de amor e carinho, abençoou o casamento de Margareth. A tarefa de Margareth não foi nada fácil e se tornou mais difícil com a morte de Johann Karl aos 59 anos de idade.
A família encontrou mais uma vez uma ajuda para Margareth para dar continuidade ao projeto de Johann Karl Beckhäuser.
Após busca no cartório de Águas Mornas, descobrimos que Margareth Schug faleceu no dia 02 de julho de 1913, foi enterrada no Cemitério Protestante em Auto Rio Sete, Município de São Bonifácio, SC.
Em sua Certidäo de Óbito consta que Margareth Schug, viúva de Johann Karl Beckhäuser, veio a se casar de novo com João Heikes, tendo uma filha deste segundo casamento. A filha Anna Maria tinha 27 anos quando do falecimento de sua mãe Margareth. Antònia Heikes casou com Pedro Scheidt. No documento consta que Margareth era viúva de Johann Karl Beckhäuser e pelos dados se chega à conclusão que ele havia falecido com 59 anos de idade.
Johann Karl Beckhäuser, ao chegar ao Brasil, em 08 de julho de 1862, tinha 36 anos de idade e quando Margareth faleceu em 05 de junho de 1913, já casada com João Heikes, deixou uma filha, de nome Antônia Heikes, nascida no ano de 1886, com 27 anos de idade, logo, se conclui que o falecimento de Johan Karl Beckhäuser teria se dado em 1885.
Há, no entanto, um fato a questionar se Johann Karl Beckhäuser tinha falecido ou não. Pois, o mesmo havia desaparecido por muitos anos juntamente com uns escravos e carregando muitas moedas de ouro, e foi dado como morto e Margareth Schug resolveu se casar, em 1885.
Estamos chegando a dados antes desconhecidos. Será que Johann Karl Beckhäuser separou-se de Margareth Schug ou ele veio a falecer antes do segundo casamento de Margareth Schug? Busca de informações continua. Mas acreditamos que os dados da certidão de óbito de Margareth sejam verdadeiros.
Por ironia do destino, com a morte de Margareth Schug, o ponto de apoio da família Beckhäuser passou a ser João Heikes, o segundo esposo de Margareth, motivando a dispersäo dos filhos Beckhäsuer, sendo que ele mesmo efetuou o registro do óbito de Margareth junto ao Cartório de Águas Mornas, SC.
Informa ainda o Documento que a residência do casal era em Rio Sete, município de São Bonifácio, SC, alegando em sua declaração ao registrar o óbito de Margareth que a mesma deixou bens a partilhar.
Na Colônia Santa Isabel-Taquaras
Não é fácil explicar por que algumas pessoas abandonaram o seu lar, a sua pátria, para emigrar. Uma razão comum e, talvez até simples demais, é a busca por uma vida melhor. (Ora ora Johann Karl luta em Taquaras e aqui se descreve esssa luta. Por isso levaria o seguinte parágrafo mais adiante, onde se fala de Johann Karl no Rio Sete)
Cada um de posse de terra que podia chamar seu pedaco, começou a tratar de fazê-lo produzir para não ter que sofrer mais tarde.
“ Enquanto as mulheres e as crianças ficavam no acampamento, os homens com os filhos e filhas mais crescidos iam para as suas propriedades a fim de torná-las habitáveis”.
Provido de machado, foice,e facão, cada qual com sua carga de mantimentos às costas, marchavam mato a dentro até os seus terrenos. Lá construíam, primeiramente, um pequeno rancho para o qual o mato fornecia tudo. Depois se ocupavam de preparar um pequeno pedaço de terra para a plantação.
Enquanto os filhos menores derrubavam os arbustos e pequenas árvores, os pais punham a baixo, a machadadas, os gigantes da floresta e as filhas cuidavam da cozinha.
Nesse trabalho decorriam semanas até que um bom pedaço de mato estivesse derrubado.
A espingarda nunca ficava longe da mão.
Tão logo o mato derrubado estivesse seco e o tempo fosse favorável, queimava-se a roça. Era uma beleza ver como o fogo levantava labaredas até a copa das mais altas árvores que haviam ficado de pé. Depois, escolhia-se um lugar próximo a uma fonte d’água, o qual era limpo e preparado para se construir ali uma casinha, para toda a família.
Buscavam-se moirões que eram enterrados e depois folhas apropriadas de uma espécie de palmeira, próprias para cobertura. Logo após faziam-se paredes com ripas amarradas com cipó,as quais eram, então, cobertas com barro amassado. Em pouco tempo a casinha estava pronta.
O transporte, depois, dos móveis para a Colônia não era tarefa fácil. Como o caminho do acampamento para a Colônia ainda não havia sido construído, não passando de uma picada muito primitiva, não se podia pensar em transportar os nossos trastes em carroças ou em lombo de burro. Tudo tinha que ser conduzido nas costas por várias horas.
Enquanto as mães levavam os filhinhos no colo, ou uma cesta com roupa de uso, as filhas carregavam as roupas maiores ou alguns baldes e panelas enfiados no braço , o pai e o filho mais velho seguiam atrás carregando um pesado caixão amarrado a um pau que levavam nos ombros. Como tudo tinha que ser transportado dessa maneira para a Colônia (lote),passava-se muito tempo até que o último objeto estivesse em casa.
E a família começava então, a semear e a plantar verduras,cereais, preparando-se para enfrentar o futuro.
Nos primeiros anos, certamente, as coisas não iam às mil maravilhas; passava-se muita necessidade, mas depois de algumas colheitas, tudo melhorava. Dia após dia a clareira na mata virgem ia se alargando e tomando forma; cada vez se plantava mais e a fartura ia se acentuando entre os moradores.” (Schamauflaer H.). .Da vida de um alemão no Brasil. Crônica de Mathias Schmitz. In Blumenau em Cadernos.Tomo VII.n.12 pp.248-249 E Em Epopéia de uma Imigração de Toni Vidal Jochem fls. 81 a 82 – Ed. do Autor , 1997.
Em nova terra – Rio Sete
Instalado em terras onde os acidentes geográficos deixavam a desejar e a fertilidade do solo era aquém do esperado, alguns colonos ficaram completamente desencorajados fazendo com que articulassem migrações internas.
Johann Karl não pensou duas vezes e saiu em busca de novas terras, porém, de melhor qualidade, onde poderia assentar definitivamente a sua família.
Em comum acordo com Maria Elizabeth Kropp passaram a planejar a saída da Colônia de Santa Isabel, em constantes idas e vindas do Alto – Capivari, exatamente no Alto-Rio Sete em São Bonifácio, SC, encontrou terras férteis e de melhores condições da anterior.
Mas, o destino lhe pregava mais uma peça, a perda de sua amada Maria Elisabeth, lhe dificultando sair da Região de Taguaras para o Alto-Capivari.
Se era difícil, agora, sem sua amada tudo virou um turbilhão de problemas, quase sem solução.
Contudo, a garra de alemão de Johann Karl, com a ajuda da família de Miguel Kropp seu vizinho de lote na colônia, lhe deram o apoio necessário para que desse um novo rumo em sua vida.
O que fazer com cinco crianças menores, uma recém-nascida, sem sua amada que o alentava nos momentos mais difíceis.
A solução estava a 12 lotes da colônia da Família de Peter Schug que tinha uma linda filha solteira 20 anos, embora nova ainda para receber tamanha carga de cuidar de 5 filhos de Johann Karl.
Johann Karl Beckhäuser, sentindo a solidão e a responsabilidade em criar estes cinco filhos menores em terras brasileiras, resolveu se casar novamente. Sua preferida, sua musa e eleita foi outra imigrante alemã, Margareth Schug.
Margareth concordou em se casar com Johann em 1868 e com ele ainda teve mais 4 filhos:
Bernard Peter (nasc. 08/04/1870) c/c Bernardina Eyng permaneceu em São Martinho e o Johann Peter (nasc. 16/08/1871) c/c Joanna Schmoeller subiu a serra e foi residir em Urubici, SC. O outro, Johann (nasc. 08/03/1873) c/c Auguste Grunfeld seguiu para Rio Hispólito, Orleans. Um seguiu para Porto Alegre, passando a se chamar de Henry Beckhausen (nasc. 09/04/1875).
Hipótese... Casou com ... (?). Seus descendentes, hoje possuem o sobrenome de Beckhausen e alguns foram "brigadianos", militares da Polícia Estadual do Rio Grande do Sul - Porto Alegre. Um seu descendente é procurador Geral da União em Porto Alegre.
Após o casamento, Johann Karl passou a efetuar a migração para Alto-Capivari.
Com todas as dificuldades começaram tudo de novo.
Depois de alguns anos de luta, reconheceu que as terras em Taquaras, pouco férteis, não lhe prometiam futuro.
Em 1868, munido de espingarda, munição, facão e garra de alemão, meteu-se mata-virgem a dentro, abriu picada, atravessou o morro e, depois de alguns dias, encontrou entre as nascentes do Rio Cubatão e do rio Capivary um lugar que lhe lembrava Bierkenfest, na Alemanha de onde partira rumo ao Brasil. Birkenfeld näo tem morros. É terra bastante plana.
Lá construiu uma pequena cabana coberta de palha. Era o Capivary do Meio, à margem direita.
Voltou, então, para buscar a foice e o machado e lá se foi novamente sozinho com fé em Deus e pé na tábua, para derrubar um pedaço daquela mata. Queimou a roça e voltou, a pé, pela segunda vez.
Aí, colocou num cargueiro de burro, sementes de milho, batatinha, feijão, mudas de aipim, sementes de laranja, de bergamota, de pêssego e mudas de grama para a pastagem dos animais.
Depois de tudo plantado, construiu uma cabana maior, fabricou uma mesa, bancos e camas de madeira bruta e os cobriu com palmito rachado. Tudo estava pronto para a recepção da família.
Duas cestas de taquara, jacás, eram suficientes para transportar os pertences da família de Johann Karl, por baixo, a louça e panelas, por cima, os cobertores, travesseiros e lençóis, em cima Carl Eduard Caesar, Ana Maria e Guilhermina, todos pequenos. E seguia, a pé com a nova mãe Margareth, e as duas outras filhas, Philippine e Elizabeth.
Colocados os jacás no lombo de um burro, lá se foram o pai, Johann Karl e a mãe Margareth com os filhos, a pé, mata a dentro, pela picada aberta pelo facão do pioneiro de garra.
Sem medo dos bugres e animais selvagens, dormiam duas noites em plena mata virgem, a céu aberto.
A mata-virgem era, então, rica em caça: pacas, tatus, veados, jacupembas, jacus, macucos; em pesca e, também, frutos do mato, O coração do palmito substituía as verduras. A carne fresca excedente era transformada em carne seca, o charque selvagem. Tudo isso era saboreado com o feijão, a batatinha e o aipim plantados pelo precavido pai Johann Karl.
Não estava ainda completa a mudança. Desta vez carregou o burro com dois porquinhos, galinhas, mudas de café e de uvas e conduziu uma vaquinha.
Nada mais faltava agora à família unida no Alto-Capaivary, rodeada de bugres, animais selvagens, mas de outro lado, da bela natureza de Deus. Tudo isso debaixo do céu azul, à noite, iluminado pelas estrelas cintilantes do Cruzeiro do Sul.
Esta foi a saga de Johann Karl Beckhäuser
Elaboração Adauto Beckhäuser
Revisão Frei Albeto Beckhäuser, OFM
A família Beckhäuser é originária da região do Hunsrück, na diocese de Trier ou Treves, junto ao Reno, na Alemanha. E mais exatamente, dos arredores de Birkenfeld an der Nahe, junto ao Nahe, afluente do Reno. É região de bons vinhos e de lapidação de pedras preciosas. Era, no entanto, uma região muito pobre; região sempre de novo disputada por alemães e franceses. Em séculos passados pertenceu ao condado de Oldenburg.
Nos anos do Concílio Vaticano II (1962-1965), quando tive a graça de estudar liturgia no Pontifício Instituto Litúrgico de Santo Anselmo, em Roma, costumava passar as férias na Alemanha, na cidade de Coesfeld, na Westfália, perto da Münster, não distante da fronteira com a Holanda. Exercia aí a função de capelão do Hospital St. Vinzenz, que me fora indicado pelo professor beneditino no Santo Anselmo, Dom Raphael Schulte, monde da Abadia de Gerleve, no município de Coesfeld. Foi daí que, de bicicleta pelas planícies do Münsterland, descobri Oeding, a cidade de origem da família Hoepers.
Interessei-me também pela família Beckhäuser. Foi uma longa busca a partir das listas telefônicas. A partir de um primeiro Beckhäuser em Münster, foi-me informado que os Beckhäuser eram naturais de Saarbrücken, no Saargebiet. Mandei-me para lá e realmente encontrei um casa em Saarbrücken.
Acolheu-me maravilhosamente. Soube deles que a família era natural de Birkenfeld. Estava disposto a chegar até as origens. Em Birkenfeld dirigi-me à Casa Paroquial, onde também me acolheram muito bem.
Pesquisei aí nos libros de Batizados e Casamentos e de Família, da Paróquia. Foi onde encontrei informações preciosas.
À p. 100 do I Volume dos Livros de Família encontrei:
Heinrich Peter Beckhäuser. Aliás, escrito em francês: Henri Pière, casado aos 20 de janeiro de 1813 em Schwollen, falecido aos 29.7.1866, em Hambach com 82 anos, pedreiro; ele era filho de F. N. B. (Franz Nicolaus) Beckhäuser, Feldhüter (guarda florestal) e de Elisabeth Werres, de Hambach. Sua esposa era Dorothea Elisabeth Marx, evangélica, filha de Joh. Ni. Marx e de C. Brauer, de Schwollen.
Tiveram os seguintes filhos:
- Johann Carl, nasc. aos 12.5.1813; - Peter, nasc. aos 23.12.1822; - Franz Nicolaus, nasc. aos 25.12.1822; - Johann Karl, nasc. aos 9.9.1826; - Johann Jakob, nasc. aos 7.5.1830; - Maria Carolina, nasc. aos 7.8.1833; - Philippina, nasc. aos 11.6.1835.
Tudo levava a crer que o segundo Johann Karl, pois o primeiro deve ter falecido pequeno, era o que emigrou para o Brasil.
Realmente, à p. 45 do II Vol., encontrei o seguinte:
Johann Karl, nascido aos 9 de setembro de 1826, casado aos 31.5.1855 em Birkenfeld com Maria Elisabeth Kropp, nascida aos 22.9.1834, filha de Joh. Karl Kropp e de Catherina Schwickert de Gollenberg.
Filhos:
- Karl, nasc. aos 16.4.1856, fal. no mesmo dia; Philippina, nasc. aos 9.5.1857 em Hambach; Elisabeth, nasc. aos 27.9.1859, em Hambach.
E aí termina o registro.
Temos, então, os seguintes ascendentes:
- Franz Nikolaus, Feldhüter (guarda florestal), em Hambach;
- Heinrich Peter, nascido em 1784 e falecido em 1866, Maurer (pedreiro), de Hambach;
- Johann Karl, nascido aos 9 de setembro de 1826, em Hambach. De profissão era Achatschleifer. Casou aos 31 de maio de 1855, em Birkenfeld, com Maria Elisabeth Kropp, de Gollenberg.
Felizmente toda esta pesquisa foi confirmada por um surpreendente documento, ou seja, pelo Registro de nascimento de Karl Eduard Caesar, que nasceu no navio em que Johann Karl e Maria Elisabeth Kropp (no Registro está Krepp) vieram para o Brasil.
FATOS E HIPÓTESES DOS SCHUCH E KROPP, CONFORME PLANTA DA COLÔNIA SANTA ISABEL, EM 1863 (ver anexos)
A todos os descendentes de Margareth Schuch e de Johann Karl Beckhauser.
Peter Schuch veio da Alemanha com sua família para a região da Colônia Santa Isabel. Peter Schuch era casado com Elizabeth Hein e tiveram os seguintes filhos: Pedro Schuch, João Schuch, Margaretha Schuch, Maria Schuch.
A familia de Margareth Schuch era vizinha de Johann Karl Beckhauser em Taguaras - Colônia de Santa Izabel em 1863.
João Schuch (pai), João Schuch (filho) e Guilherme Schuch, conforme Planta da Colonia de Santa Isabel de 1863, eram vizinhos.
As terras de Johann Karl Beckhauser ficavam 12 lotes após as terras dos Schuch.
Ocorre que João Schuch pai é irmão de Margareth e este está enterrado no lugar Rio Hipólito -Município de Orleans -SC.
Segundo certidão de Johann Schuch Filho consta que era de nacionalidade alemã.
Conforme pesquisa, Margareth Schuch não nasceu no Brasil, vindo com a família de Peter Schuch e Elisabeth Hern, conforme consta na nossa relação mais abaixo, que imigraram da Alemanha.
Logo ficou claro no mapa da colônia Santa Isabel, que Johann Karl Beckhauser conhecia Margareth porque eram vizinhos. E com a morte de Anne Elizabeth Kropp o Sr. Johann Karl Beckhauser casou-se com Margareth Schuch.
Obs.: Guilherme Schuch veio de Antuérpia, na Bélgica, para a colônia Santa Isabel, Águas Mornas, Santa Catarina - Brasil, em julho de 1862, no navio Margaretha, conforme a obra: (JOCHEM, Toni. Pouso dos Imigrantes. Ed. Papa-Livro, 1992, pg 94).
Aparecida é bisneta de João Schuch irmão de Margareth Schuch é que deu a noticia do falecimento da Clara Beckhauser Schuch. Aparecida reside em Urussunga me contou que o seu bisavô João Schuch está enterrado no Ceminterio antigo em Rio hipolito e Margareth Schuch poderá estar lá neste ceminterio. Ocorre que o terreno foi vendido para um alemão e ele só deixa visitar se levar os ossos do parente.
A todos os descendentes de Anne Elizabeth Kropp e de Johann Karl Beckhauser.
Existe outro detalhe nesta planta que é importante , agora aos que descendem de Anne Elisabeth Kropp e Johann Karl Beckhauser que não vieram sozinhos pois veio antes o Sr. Miguel Kropp. Não tenho conhecimento se Anne Elisabeht Kropp era filha de Miguel ou irmã.
A pesquisa continua...
Uma coisa tenho certeza, que em 19 de julho de 1862 na relação dos imigrantes, os Schuch não vieram, nem o Miguel Kropp. Por isso, Miguel Kropp incentivou Anne Elisabeth Kropp e Johann Karl Beckhauser para vir ao Brasil. Ésta é a resposta para indagação como Johann Karl e Anne Elisabeth Kropp vieram para o Brasil por causa de Miguel Kropp que veio antes para o Brasil. Não sei o grau de parentesco de Miguel com Anne Elisabeth.
Em fevereiro de 2002, quando estive na cidade de São Martinho, SC, entrei em contacto com alguns familiares e foi de grande utilidade ter conhecido a Maria Beckhauser Steiner (7/04/1921), filha de João Carlos Beckhauser (19/10/1897 - 20/01/1941) e Maria Sellhorf Beckhauser(1888 - 1947), bisneta de Karl Eduard Caesar Beckhauser (Carlos) (1862 - 1949), trineta de Johann Karl Beckhauser (1826 - ?) e Marie Elizabeth Kropp Beckhauser (1832 - ?).
Maria Beckhauser Steiner, casada com Rodolfo Steiner (falecido), teve quatro filhos.
a) Edite (1942) casada com Vilmar Back tendo os filhos Valdete e Eliane;
b) Alice (1944) casada com Egídio Michels tendo os filhos Márcio, Anderson e Jane;
d) Inês (Ignes) (1947) casada com Cedeni Efting tendo os filhos Genésio e Genildo (26 anos) e
e) Sérgio (1954) casado com Nair Rocha tendo os filhos Rafael, Tatiana e Eduardo.
Por ser octagenária, a Maria Beckhauser Steiner, já tem certa dificuldade nas "lembranças" familiares, mas mesmo assim recorda de alguns fatos, pois ao lado de sua filha Inês relatou "casos" interessantes de seu "Vater" Carlos, pois teve uma grande convivência com este nosso ancestral.
Informou que o "Vater" (Avô) Carlos morou muito tempo na propriedade que ela reside, em São Martinho, (Praia Redonda) e este terreno ficou de herança para seu pai, João Carlos Beckhauser", que morreu 8 (oito) anos antes que seu avô.
Quando lhe perguntei do que tinha morrido o "Vater"Karl (Carlos) ela disse sorrindo:
"Ele chamou os bisnetos, inclusive ela, e se esqueceu de tomar fôlego e ... morreu".
Informou ainda que no final de seus dias, o "Vater" Carlos, tinha deficiência auditiva e rezava muito, pois era católico apostólico romano, praticante, desde pequeno. Possuia uma "Bíblia" escrita em alemão, em letra gótica que desapareceu após a sua morte.
A Maria Beckhauser Steiner afirmou com muito orgulho que também que seu pai tinha um cartório em Praia Grande, atual São Martinho, e quando ela tinha 13 anos ela foi até a cidade de Laguna (Tubarão) e foi autorizada por uma "grande" autoridade ( juiz?) para ser a responsável pelo registro de nascimento e óbitos e demais documentos oficiais.
Auxiliada por sua filha Inês e genro Cedeni Efting, com a presteza ímpar de seu neto Genildo Efting, foi me entregue muitos fotos e documentos antigos da família Beckhauser.
Há um mapa da divisão das terras feita no inventário de João Carlos Beckhauser
para seus filhos que eram:
Maria (casada com Rodolfo Steiner ), Cecília (casada com Lino May), Catarina, José ( Ex-Pe. Agostinho), Inês, Pedro (foi para a Bahia), Lúcia, Aloísio, Elizabete
(casada com Vergilio Warmling - Urubici - SC tendo os filhos Osvaldo Silvestre, João Carlos, José Rogério e Bernadete) e Antonio (Presidente Getúlio - SC).
Breve Genealogia de Peter Schuch (Contamos com sua colaboração para atualizarmos as informações)
1 – Peter Schuch c/c Elisabeth Hehn 1.1 - Pedro Schuch c/c Carolina ............ 1.1.1 - Peter Schuch 1.1.2 - Jacob Schuch 1.1.3 - Augusto Schuch 1.1.4 - Carl Schuch 1.1.5 - Auguste Schuch 1.1.6 - Johann Schuch c/c Maria França 1.1.6.1 – Luiza Schuch 1.1.6.2 - Carolina Schuch 1.1.6.3 - João Schuch c/c Francisca 1.1.6.3.1 – Leopoldo Schuch 1.1.6.3.2 – Luis Schuch 1.1.6.3.3 – Antônio Schuch 1.1.6.3.4 – Lurdes Schuch 1.1.6.3.5 – Maria Schuch 1.1.6.3.6 – Francisco Schuch c/c Maria M. Schuch 1.1.6.3.6.1 – Eliane Schuch 1.1.6.3.6.1.1 – Francine Schuch 1.1.6.3.6.2 – Maria Aparecida (nossa informante) c/c Emerson Cittadin 1.1.6.3.6.3 – Suzana Schuch 1.1.6.3.6.4 – Juliana Schuch 1.1.6.3.6.5 – Jussara Schuch 1.1.6.4 – Catarina Schuch 1.1.6.5 – Margarida Schuch 1.1.6.6 – Elísia Schuch 1.1.6.7 – Fortéria Schuch 1.1.6.8 – Augusto Schuch c/c Clara Joana Beckhäuser (filha de Johann e Augusta) 1.1.6.8.1 – Clara c/c Neinrich 1.1.6.8.2 – Augusto 1.1.6.8.3 – João 1.1.6.8.4 – Lídia 1.1.7 – Carolina 1.1.8 – Catharina 1.1.9 – Anna 1.1.10 – Elizabeth 1.2 – João Schuch 1.3 – Margaretha Schuch c/c Johann Karl Beckhäuser 1.4 – Maria Schuch
(1) 1 – Heinrich Peter Beckhäuser e Dorothea Marx Peter Schuch c/c Elisabeth Hehn (avós maternos de Bernard) 1.1 – Johann Karl Beckhäuser c/c Margaretha Schuch 1.1.1 – Bernard Peter Beckhäuser (16/04/1870) c/c Bernardina Eing 1.1.2 – Johann Peter Beckhäuser (16/08/1871) (Águas Mornas – SC) 1.1.3 – Peter Beckhäuser (......./....../1872) c/c Johanna Schmoeller (Edwirges Hoepers – 2º Casamento) 1.1.4 – Johann Beckhäuser (18/03/1873) c/c Auguste Grunfeld (Russa) 1.1.5 – Heinrich Beckausen (09/04/1875) (Porto Alegre - RS)
(2) Margaretha Schuch e Jacob Beppler foram padrinhos de Maria Schuch Schmidt (27/07/1864)
Fato este que podemos concluir que Margareth Schuch, além de vizinha de Johann Karl Beckhäuser, veio juntamente com seus pais e irmãos, que imigraram da Alemanha. Com o falecimento de Anne Marie Elisabeth Kropp, em 1867 aprox., tendo a filha mais velha 12 anos e a menor, 2 anos. Johann veio a se casar com Margareth Schuch em 1869.
NOTAS DE FIM
(1) JOCHEM, Toni Vidal. A Formação da Colônia Alemã Teresópolis e a Atuação da Igreja Católica (1860 – 1910). Edição do Autor, 2002, pg.163, item 716. Folha 168, item 826. Folha 176, item 991. Folha 183, item 1135.
(2) JOCHEM, Toni Vidal. A Epopéia de uma Imigração. Pallotti, Águas Mornas, Ed. do Autor, 1997, pg. 442.
Segundo relatos de familiares, Johann Karl Beckhäuser tinha uma fazenda com muitos escravos. Um belo dia, ele sumiu com dois escravos, sendo esses dois escravos muito amigos e fiéis á Johann. Juntamente com esses dois escravos e com uma mula carregada com mantimentos, além de muitas moedas de ouro. Johann Karl ficou sumido por um período de 10 anos. A Família calculava que estava morto pois levava um grande carregamento de moedas de ouro. Pensavam também que os dois escravos negros que o acompanhavam tivessem assassinado o velho Johann Karl. Um belo dia ele retornou como se nada tivesse acontecido. Segundo informações, ele teria ido aos Estados Unidos e á Alemanha, visitar os parentes que lá ficaram. Após a sua vinda, por volta de 1891, Margaretha Schuch o recebeu muito bem.
Pela Certidão de casamento de João Beckhäuser, meu avô, chegamos à conclusão de que Johan Karl terá enviuvado, pois sua mãe não é Maria Elisabeth Kropp ou Krepp, mas Margarida Greth Schug.
Johann Karl e Maria Elisabeth Kropp tiveram os seguintes filhos:
- Karl, nasc. aos 16 de abril de 1856, em Hambach e falecido no mesmo dia;
- Philippina, nasc. aos 9 de maio de 1857, em Hambach;
- Elisabeth, nasc. aos 27 de setembro de 1859, em Hambach;
- Karl Eduar Cesar, nasc. em 1862, no navio.
- Bernard
- Peter
- ...
Johann, nasc. aos 19 de março de 1873, em Terezópolis, SC, do casamento de Johann Karl e Margarida Greth Schug.
Sabemos que, mais tarde a família Beckhäuser se deslocou para o Vale do Tubarão e do Capivari. Encontramo-los sobretudo em Praia Redonda, hoje, São Martinho, Rio Fortuna e Armazém.
Frei Alberto Beckhäuser, OFM
Mulheres da Família Beckhauser em Outubro de 2001 - em Joinville - SC.
Primeiro BECKHAUSERFAMILIENFEST organizado por Laércio Beckhauser durante a FENACHOPP NA CIDADE de Joinville - SC - Brasil. Em 2002 mais um encontro foi realizado na cidade de Joinville.
Após em 2003 e 2004 os encontros foram em São Martinho. Em 2005 foi realizado na cidade de Urubici. Em 2006 em Florianópolis. Em 2007 em Braço do Norte e em 2008 em Blumenau - SC.
Atualmente o presidente da AFABE - Associação Brasileira da Família Beckhauser no Brasil que é o responsável pelos encontros, determinando os locais e as datas juntamente com a diretoria. O próximo, em 2010 está previsto para a cidade de Armazém - SC, com o local e data a serem definidos pelo Dr. Adauto Beckhauser (Florianópolis - SC), presidente da AFABE.
Fotos antigas e atuais
Philippine Beckhauser & João B. May - foto de 1900Analisem esta foto:
Casal: May x Beckhauser
João Baptista com Philippine
Nota-se, a preocupação que este casal teve em tirar esta foto, clássica e com conceitos e simetrias emotivas e humanizadas.
Há expressões e gestualismos com texturas e figurações primitivas.
As mãos (dedos) de ambos expressam composições emotivas e rítmicas.
A cadeira, que o esposo, João May senta, revela figurações e texturas tradicionais.
A roupa esmerada de Philippine Beckhauser, com mais de uma dezena de salientes botões em seu casaco, transparesse tendência pouco agressiva, revelando a simetria da cor escura ou quem sabe, cromática.
Os olhares do casal, criam nesta imagem premonições com tendências de uma esperança e segurança em suas vidas.
Nos babados da indumentária de Philippine nota-se a preocupação feminina das rendas com texturas sensuais.
Há na foto, uma simetria na paisagem de fundo, numa composição de luzes rítmicas e não agressivas.
A barba e bigode de João Evangelista May, bem aparados, assomam e expressam a imagem de um pai de família, protetor, responsável e incisivo.
A mão esquerda de Philippine, segurando com firmeza uma sombrinha, cria um clima de segurança e prevenção com gestualismo sutil da sua vida.
Os sapatos de João demonstram a solidez da época, induzindo-nos a reavaliar as transparências do calçado em constante uso do solo primitivo, nesta fase, entre os imigrantes alemães, no Brasil.
Os cabelos pretos do marido já deviam constrastar com os cabelos loiros, já com tendências de encanecimento de sua amada Philippine.
Foto clássica, tradicional, onde há sempre uma mulher que segue um homem (esposo), fazendo uma composição emotiva a todos que analisam este momento deste casal, em 1900.
Salve os Beckhauser,s e os May,s e todos componentes destas Famílias e de todos seus consangüíneos.
by = Laércio Beckhauser - Jvlle, 01/set/2006
Observação:
Philippine Beckhauser é irmã bilateral de Karl Eduard Caesar Beckhauser. Karl, nasceu no navio, na vida imigratória, em 1862, dos imigrantes alemães de Hunsrück.
Ela, PHILIPPINE, nasceu em 1858 na Alemanha e ele, Karl, nasceu no navio "Caesar" de Bandeira Belga em 1862.
Tiveram a infância juntos, na comunidade de Santa Isabel, Taquaras, Teresópolis, no município de São Pedro de Alcântara.
Ambos, deixaram muitos descendentes, hoje radicados em diversas cidades brasileiras.